Meu companheiro, minha luz, meu porto seguro
Em um quintal, parecia outono, estávamos Maria Bethânia (jovem, na fase Carcará), o vocalista do Miranda! e eu. Tirei uma foto dos dois e digo: vou colocar no meu blog com o título de Maria Miranda. Os dois sorriem. MB toma uma cerveja displicentemente. Digo para o seu Miranda! que eu deveria lamber o chão que MB pisa. Ele me pergunta: ?Yo?. - !No, yo! Mismo que ya lo tenga hecho.
Caetano, sentindo-se fora da conversa, pergunta: Vocês já pensaram no tamanho do mundo? Respondi que já e que não me interessa conhecer tudo, sentir tudo, viver tudo... Ele diz que não é isso que ele quer saber... (De onde saiu esse Caetano?)
Agora, o cara do Miranda! é o Antônio Cícero. Digo pra ele que quando leio seus poemas e vejo a data em que foram escritos me dou conta que passei pela mesma coisa e que por essa razão estamos de alguma forma conectados . Cae está fora da conversa e MB continua tomando cerveja e sorrindo.
Cícero me entrega seu livro novo, - Esse ninguém tem ainda. Sorri. Abro na dedicatória e, dos quatro ou cinco parágrafos, só consigo ler - A Luiz Lúcio, meu companheiro, minha luz, meu porto seguro.
Cícero explica que o primeiro poema do livro é muito complicado. Tento ler, mas é muito complicado. Vejo as letras impressas, mas tudo fica nublado. – Com a dedicatória tudo fica mais claro. Leio novamente: A Luiz Lúcio, meu companheiro, minha luz, meu porto seguro.
Quero dizer que também tenho um Luiz Lúcio, quero saber por quanto tempo estão juntos e muitas outras coisas, mas tenho vergonha... Não posso me igualar, já fui ousado demais em dizer que estamos conectados...
Acordei com essa frase na cabeça (A Luiz Lúcio, meu companheiro, minha luz, meu porto seguro). Minha mãe e minha mana ainda estão dormindo. Pensei: é Natal, vamos voltar hoje para casa. Levantei e peguei um cartão da embalagem de Vaquita Lapataia (quando forem ao Uruguai não deixem de engordar com essa delícia) e escrevi esse sonho.