28 de febrero de 2005

I Just Can't Get Enough



Sábado passado, eu fui ao Circuito Bar, que fica na Cidade Baixa, então. já dá para imaginar alguma coisa. O bar é muito legal, bem decorado, pessoas atinadas, e um banheiro inusitado (estou falando da decoração, coração). A comida é ótima e as caipirinhas extravagantes. Famosos e Famosas, de globais a celebridades locais, costumam dar o ar da graça. Em resumo, tudo de bom!

Nessa noite tocou somente electro-revival-eighties (aquelas músicas que nos anos 80 a gente chamava de tecno-pop, que agora, en plan travesti, é electro). Não quero reclamar do som, que estava realmente bom, só quero deixar registrado que a facção divertida dos anos 80 ficou de fora.

A noite toda tocou New Order e Depeche Mode, em algumas vezes duas do DM na corrida. Ficou parecendo que o Dee Jay só tinha duas coletâneas que se alternavam. Em todo caso tocou mais duas Madonnas e dois OMDs, um pouco menos densos. Tocou até Send me angel do Real Life, que não é dos Pet Shop Boys, mas parece Eurythmics.

O OMD compareceu com Enola Gay e Pandora's Box, esta última o calexiCO gostava muito. Ainda gostará?
Frame of silence
Of an innocence divine
Is a dangerous creation
When you fail the test of time

And all the photographs
of ghosts of long ago
Still they hurt you so
Won't let you go
And you still don't know

And it's a long long way
From where you want to be
An it's a long long way
But you're to blind to see


(Pandora's Box - OMD, from Sugar Tax, 1991) Corrigida!
Veja a letra completa aqui.

25 de febrero de 2005

EMMA EM PÉSSIMA COMPANHIA



Quando eu era adolescente, a gente escrevia poesias, letras de música, pensamentos nos cadernos de recordações, ou nas agendas dos nossos amigos. Agora, todas as revistas de teens dizem que os diários estão disponíveis para todos lerem na internet, blá, blá, blá. Quer dizer então que a gente só pode deixar um comentariozinho?

Eu ainda acho que era legal levar o caderninho da colega para casa e buscar "aquela" poesia ou letra da música da Legião Urbana que quer dizer tudo aquilo que não conseguimos dizer. Bom, o trecho que eu vou citar hoje poderia muito bem ser escrito em um desses cadernos de recordações.

A personagem Emma, da citação, é mais conhecida como Madame Bovary, e o autor só poderia ser o Flaubert. Gustave Flaubert nasceu na França e escreveu esse romance para a Revue de Paris, em 1856. A história completa saiu como livro no ano seguinte.

Quanto a Emma, não se interrogava para saber se o amava. O amor, no seu entender, devia surgir de repente, como ruídos e fulgurações, tempestade dos céus que cai sobre a vida e a revolve, arranca as vontades como folhas e arrebata para o abismo o coração inteiro. Ela não sabia que, nos terraços das casas, a chuva forma poças quando as calhas estão entupidas, de maneira que se pôs de sobreaviso, até que, subitamente, descobriu uma fenda na parede.

Emma, querida, o amor é assim mesmo: vai juntando água, e a gente nem nota, até que, um dia, a gente vê essa rachadura na parede. Quando a gente menos espera o amor já é amor.

Todo o mundo tem um pouco de Madame Bovary. Para saber do que eu estou falando tem que ler o livro, ou ver o filme mesmo.

Ah, todo o mundo pode, ao menos uma vez, deixar aflorar a Martha Medeiros que há dentro de nós. Ou encarnar uma Marisa Monte rápida e chamar o Arnaldo Antunes para ler um trecho de romance do século XIX todo errado e sem entonação, não é messsss? Que coisa horrorosa aquela musiquinha, falando nisso. Só podia ser a preferida daquela criatura Dickmann.

24 de febrero de 2005

Patty Bouvier



La persona más importante de la semana.
Acá en un momento "fumando espero".


El outing más importante hasta hoy!
Ahora hace falta el outting de Waylon Smithers.

Veja o profile dela aqui. Leia tudo sobre o caso aqui.

Hooked on Jazz



Falando em clássicos, standards e canções que todo mundo gravou. Esta é uma lista modesta das minhas preferidas. Dá um bom disco para namorar, tomar uma bebidinha ao chegar do trabalho (uissssquinhuu), ou relaxar no sofá. Enjoy it.

Summertime
I get a kick out of you
They can't take that away from me
Mr. Bojangles
Falling in love again
Someone to watch over me
Mack the Knife
Come fly with me
Everytime we say goodbye
The way you look tonight
Where or when
Why don't you do it right?
Love or leave me

The man I love
September song
Old devil moon
Pennies from heaven
You're the top

On the sunny side of the street
I've got you under my skin

O Sinatra é meramente exemplificativo, então...

Encontre a sua versão preferida!

23 de febrero de 2005

Se eu estivesse no Aurélio

Alguém pode me explicar como as pessoas escolhem as palavras para fazer a sua busca? Estes são alguns exemplos edificantes de seqüência de palavras que levaram certas pessoas até este blog.

"brasil atriz new wave nua" Veja os resultados aqui.
"SAUDADES DE YARA AMARAL" Results here.
"xaninha loira" Veja ela aqui.
"blog de reggae the smiths legiao" Medooo, veja aqui o resultado.
"laurita leao" será que ela mesma que se pesquisou?
"Ventilador de teto Londres com cordinha" Scary

22 de febrero de 2005

As preferidas do povão (As Mais Mais)




Meu amigo Alê me disse que estava ouvindo a versão do Jamie Cullun e da Katie Melua de Lovecats, do The Cure. A versão foi feita para o Brit Awards, de 2004, e é muito boa. Até agora eu continuava desconfiando do Jamie Cullum. Essas coisas que todo mundo gosta, principalmente filmes e música, em geral são grandes porcarias. Eu odeio aquela No-Rah Jones e a Diana Kruzes, essa tocou em Porto Alegre mês passado, só 300 pilas para ver essa belezura.

Ouvi o Twenty Something e é bem bacana, meio apagadinho, se pensarmos em Frank Sinatra, por exemplo. Não sabia que o Jamie tinha regravado standards do jazz. I get a kick out of you, It ain't necessarily so, I could have danced all night, Singin' in the rain,...… Ele ainda regravou Everlasting Love para trilha do chatíssimo Diário de Bridget Jones II - a idade da má adaptação para o cinema.

Em resumo, o cara é legal, tanto para os que curtem jazz, quanto para os que não entendem nada de jazz mas curtem um pop rock bacana. Agora, é bom sempre buscar uma versão mais antiga ou original mesmo. Em se tratando de standards é difícil saber qual é a original. Todo mundo gravou mesmo! Descubra qual é a sua versão preferida.

Falando em todo mundo gravou, confira uma listinha de álbuns que são elaborados somente com regravações. Eu recomendo...

Gente mais ou menos nova cantando standards:

George Michael - Songs from the last century
Cyndi Lauper - At Last (meia boca)
Sinnéad O'connor - Am I not your girl?
Chaka Khan - Classikhan
Bryan Ferry - As time goes by
Robbie Williams - Swing when you're winning
Lisa Ono - Dans mon île (La musique française rencontre la Bossa Nova)
Todos da Ute Lemper (Musicals, Films, Kurt Weill, Marlene Dietrich e Piaf)
Red + Hot + Blue (músicas de Cole Porter)
Red + Hot + Rhapsody (músicas dos irmãos Gershwin)

Clássicos cantando standards ou Standards cantando clássicos:

Os Songbooks da Ella Fitzgerald
Julie London - Sings the choicest of Cole Porter
Frank Sinatra - Sings Cole Porter

Falta algum?

21 de febrero de 2005

Santa Elizabete e Santa Joana

Já não é a primeira vez que eu apelo para alguns santos e santas não ortodoxos. Como a coisa anda feia por aqui, resolvi apelar para a mais forte dupla de todas as santas. Saint Bette Davis and Saint Joan Crawford (aka Mommie Dearest).

Elas se odiaram em vida, mas após a morte se uniram no céu (será?) para proteger os desesperados, desatar os nós (esses que te amarram na cama), solucionar os problemas com álcool, homens, sobrancelhas grossas, voz de cigarro e outras doenças do coração e da alma, ainda, trazer a pessoa amada em apenas três dias e acabar com aquelas que querem tomar o teu lugar (I'm talking to you EVE). Muitas graças já foram atingidas pela força do poder desta oração e deste filme. Tenha fé!



Imprima 50.000 cópias deste santinho e reze com força! Depois cante: I've written a letter to Daddy His address is Heaven Above I've written dear Daddy we miss you And wish you were with us to love! ...

Santa Bette Davis
dos olhos arregalados.
Vos que servis ratos em bandejas para os que têm fome.
Vos que empurrais as aleijadas da escada da Nazaré.
Vos que matais os cardeais amarelinhos.
Intercedei e contai:
O que aconteceu com a Baby Jane Hudson,
E guardai-nos de todo o mal.

Santa Joan Crawford
das sobrancelhas grossas.
Vos que esfregais a cara com escovinha,
assim como o assoalho.
Vos que sois tão má quanto a Baby Jane
Intercedei e poupai-nos dos cabides de arame!
Agora e na hora da faxina.
Blanche, Amém!

(Ah, o Rod é devoto das santas deste os anos 1980. Ele resolveu passar e mostrar como era antes de fazer os seus Americans Songbooks. No Botox at all!)



"By the way Blanche, did ya know we've got rats in the cellar?"

20 de febrero de 2005

More Travesti - Dolls part II



Humo en el agua, performed by Senõr Coconut. O que dizer do Señor Coconut? Um alemão radicado no Chile que faz versões de clássicos em ritmo de cumbia. A música escolhida é Smoke on the water, do Deep Purple, na versão em castelhano. Señor Coconut já verteu todos os sucessos do Kraftwerk e algumas outras maravilhas.

Don’t cry for me Argentina, performed by Mike Flowers Pops. Provavelmente você viu o filme, tem o disco, sabe que é um musical que conta a vida de Eva Perón, a Santa Evita. Esta versão foi feita na mesma época do lançamento do filme com a Madonna, típico duelo de loiras. Mike Flowers é bem mais divertido do que a Madonna, que crê tão séria ultimamente.

Just can’t get enough, performed by Nouvelle Vague. Já comentei aqui sobre o Nouvelle Vague e a sua idéia de transformar a música do início dos anos 1980 em bossanovinhas. O clássico depechemodiano ganha vigor nesta versão irresistível. Tem um apito igual a uma música do Marcos Valle, Crickets sing to Anamaria, que foi sampleado em Nonstop to Tokyo, do Pizzicato Five.

What a fool believes, performed by M People. Essa canção é originalmente dos Doobie Brothers, que é igual a Lança Perfume da Rita Lee. O George Michael cantou no inesquecível show do Rio de Janeiro. Para encerrar a carreira do M People, eles resolveram apresentar esse cover, disponível no The Best. Don’t be a fool, send an e-card.

You sexy thing, performed by Deee Lite. Outro clássico da música negra, de uns tais de Hot Chocolate. Deee Lite fez a sua versão, que aparece na trilha do filme Débi e Lóide (que medo).

There is a light that never goes out, performed by Erlend Oye. A prova de que é uma das músicas de que eu mais gosto é que ela aparece em duas versões nesta coletânea. O Oye é a voz por trás do Röyksopp em Remind me e Poor Leno. Claro que o moço é norueguês. A versão dele mistura o instrumental de Poor Leno (Silicon Soul Remix) com a letra dos Smiths e um pouquinho de Always on my mind no fim.

Top of the world, performed by Sugarcubes. O grupo da Björk cantando o mega-hit dos Carpenters. Precisa mais? Sim, aquele chato dos Sugarcubes canta outros hits dos Carpenters no fundo. Top é um dos lados B do single de Walkabout.

The Girl from Ipanema, performed by Pizzicato Five. Todo mundo sabe que os P5 adoram uma bossa nova. Nada mais luxuoso do que essa versão, com um dim bim bim do João Gilberto sampleado no fundo.

Love will tear us apart, performed by Nouvelle Vague. Mais uma do Nouvelle Vague. Aquela do Joy Division, que depois deu origem ao New Order e outras coisas.

Bizarre Love Triangle, performed by Frente!. A já clássica versão dos autralianos do Frente! comparece aqui em uma gravação ao vivo na Tower Records em Singapura.

17 de febrero de 2005

Há uma chama crioula que nunca se apaga



O Rio Grande do Sul é um lugar de contrastes, diria o locutor iniciando o documentário fictício feito para a TVE. Isso lá é verdade – e eu moro aqui há pelo menos 32 anos, portanto sei bem o que estou falando. Do mesmo lugar saem expoentes da chatice como Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Armandinho, e outras bandinhas, e gente boa, como Lupicínio Rodrigues, Elis Regina, Adriana Calcanhotto, e Vitor Ramil. Ok, eles também são chatos, mas são uns chatos um pouco mais suportáveis e de qualidade. O mesmo estado que cultua as tradições, tem Mano Lima, Os Fagundes, Os Tchês Guris da vida, machos-de-bombacha e faca-na-bota, tem de outro lado uma visão igualitária do direito, ainda exporta top-super-hiper models. Agora eu quero falar sobre o direito gaudério, sem ser chato, espero.

Na Zero Hora de hoje saiu uma pequena reportagem falando sobre uma sentença de dissolução de um “casamento gay”. Um gaúcho e um italiano viveram juntos por 5 anos, e há um ano registraram sua união no cartório. A separação, segundo conta a advogada, foi tranqüila, bens divididos, amizade e respeito preservados. Entretanto, como qualquer casal que tem sua situação marital alterada, necessita da chancela da justiça, quer dizer, tem que entrar com “os papel”. A mesma história tão comum no mundo heterossexual.

A sentença, proferida pelo juiz de direito e antropólogo Roberto Lorea na segunda passada, inova pela sua forte fundamentação, quer dizer, os argumentos são consistentes. Houve a necessidade de uma boa base jurídica para a sentença, porque o Ministério Público pronunciou-se contra a demanda. Vale lembrar que esta não é a primeira sentença favorável ao direito dos homossexuais. Outros juízes que seguem esse mesmo entendimento têm destaque no RS: Roger Raupp Rios, juiz federal, e Maria Berenice Dias, desembargadora e pop star.

A Constituição proíbe a discriminação e prevê a igualdade entre todos. Ora, homossexuais não são assim tão diferentes dos outros, não é verdade? Mesmo que alguns creiam que eles tenham vindo de outro planeta (Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus). A igualdade é entre todos: brasileiros, marcianos, brancos, pretos, amarelos, homens e mulheres, heteros e homos...

Quando estudamos direito, lá no primeiro semestre, o professor nos diz que o direito serve para regrar a sociedade e que somente funciona bem quando está de acordo com os anseios da sociedade que regra. O mesmo direito, também, pode ser um vetor de mudança da consciência e conduta social. A sociedade gaúcha é fechada, conservadora e preconceituosa, com muita tradição nesse assunto. Nesse caso específico, o pioneiro judiciário gaúcho tem sido agente transformador de nossa sociedade. Talvez em estados mais liberais, o judiciário não sinta a mesma necessidade de inovação e de atender a uma parcela da sociedade que não tem seus direitos garantidos. Não sei se as sentenças têm força de alterar o preconceito brasileiro. Prefiro acreditar que, quanto mais casos forem noticiados de forma respeitosa, e receberem o devido tratamento legal, como este, mais a sociedade tratará os homossexuais com naturalidade e respeito.

Quando parece que tudo está perdido no mundo jurídico, há uma luz que nunca se apaga, mesmo que esteja lá no fim do túnel.

dolls, Dolls and DOLLS


Clique na boneca (imagem) para vê-la maior.

O título En Plan Travesti Radical vem de uma canção do Fangoria: Miro la vida pasar. Essa frase pode ser aplicada a um montão de coisas... Na música fala sobre travestir os sentimentos, quer dizer, dissimular o que estamos realmente sentindo. Essa coletânea tem como tema músicas travestidas por outras pessoas, ou seja, covers mesmo.

A modelo é Amanda Lepore. Rainha das travestis, operadíssima, body transformation para ela é como beber água, e colágeno pouco é bobagem. Amanda aparece no Party Monster na cena do programa de TV, no vídeo de A quien le importa, da Thalia, e é uma das modelos preferidas do David Lachapelle. Na foto escolhida ela está encarnando uma boneca das de plástico. Diva Absoluta!

Vamos as escolhidas:

There is a light that never goes out, performed by Schneider TM. Não preciso dizer que eu adoro essa música dos Smiths. Meu amigo Guido me mandou essa versão incrível pelo correio. Essa coisa eletrônica mínima é muito bacana, funciona como uma negação da dance music. Entrei no site desse moço, lá tem outras coisas para baixar bem legais também. Vale conferir!

Walk on by (Walk on me), performed by Richard X and Deb Evans. Walk on by é uma das minhas músicas preferidas do Burt Bacharach, especialmente as versões da Dionne Warwick e do Isaac Hayes. Outros também gravaram, com Cyndi Lauper e Seal. Richard X é um dos caras que está na moda, ele produziu o disco da Annie, e o seu disco tem participações luxuosas. Deb Evans é (era) a vocalista dos Flying Lizards. Talvez alguém se lembre de ouvir Money (That’s what I want) no filme Empire Records, pois bem, é essa banda. Vocais falados e um instrumental seco.

Joe le taxi, performed by Stereo Total. Sobre o Stereo Total eu falei ontem. Joe la taxi é aquela coisa pedófila da Vanessa Paradis, vertida para o português como Vou de táxi, imortalizada na potente voz de Angélica. Mais vocais somente falados.

Yes Sir, I can boogie, performed by Goldfrapp. Clássico da dupla disco espanhola Baccara. Meu amigo calexiCo (mandou via email) resumiu a versão feita pela Goldfrapp como sendo um disco classic encontra Music da Madonna.

Self Control, performed by Replicant and Marc Almond. Outro clássico, outra canção mandada por calexiCO. Self Control é da Laura Branigan, alguém lembra?. Marc Almond é aquele tatuado que cantava no Soft Cell, também dos anos 1980, cujo hit absoluto e único é Tainted Love. Anyway, Self Control contém uma das melhores frases do pop: I, I live among the creatures of the night. Morcegaaaa!!!

Comment te dire adieu, performed by Jimmy Sommerville. Essa canção é originalmente da Françoise Hardy. Aqui foi vertida para uma disco pungente pelo Jimmy Sommerville, que esteve a frente do Bronski Beat e do The Communards. Sim, existia disco no repertório dos anos 1980.

Take me home, performed by Sophie Ellis-Bextor. A Cher em uma de suas muitas fases também já foi disco. Take me home é dessa fase disco da Cher. Não, não! Já disse que Believe não é o primeiro hit da Cher. Sophie é inglesa e chique. Disco Diva Muderna.

Kung Fu fighting, performed by Carlos Jean and Malabar. Outra disco classic, esta é de um tal de Carl Douglas, antes coverizado pela Fernanda Abreu, faixa bônus do seu álbum de estréia. Carlos Jean é um espanhol filho do Tim Maia com Ed Motta. Back to Earth é um baita disco para quem gosta de latinidad, e ele ainda faz remixes ótimos.

Come on a my house, performed by Nasty Tales and their Orchestra. Quem teve a coragem de ver o Destino Insólito da Madonna com o maridão deve lembrar da única cena boa do filme, a Senhor Ritchie dublando Come on a my house. Lembrou? é essa mesmo! A versão escolhida aparece na coletânea Ursadelica do DJ Ursula 1000. A voz é da Della Reese.

Fever, performed by La Lupe. Clássico da Peggy Lee, que Madonna regravou no Erotica. La Lupe é aquela cubana loca que canta Puro Teatro. Essa versão doida demais é metade em inglês cubano e metade em espanhol cubano. Uma coisa! Fever no es de ahora, hace mucho tiempo que empezó.
Amanhã as outras 10. Stay Tuned!

16 de febrero de 2005

Enquanto isso, na Sala de Justiça...



Viram só quantas criaturas já me viram? Hein? Hein?

Mas estas estatísticas devem ser distorcidas, que nem quando detonaram o Rogério do Big Brother, e na verdade as mesmas três pessoas votaram nele cada uma cinco milhões de vezes, dizendo: MORRA PESTE HOMOFÓBICA! GAAAAAH! VAVOOOOOM! ZÁS!

Que me visitam, eu sei de cinco amiguinhos, só. O resto tudo deve ter vindo parar aqui por engano, que nem aquele senhor que procurou no Google "bel+ami+marcelo", e achou este que vos escreve. Já pensou, hein? Eu, modelo da Bel Ami? Surrealista.

Gus Gus Vibrations




Do the Bambi é o novo álbum do duo franco-germânico Stereo Total. Mais trabalhado e apurado musicalmente que os anteriores, ainda assim, muito divertido. As canções variam do francês para o alemão e inglês com muita facilidade. Muitas são listas de coisas, como Hunger!, ou pessoas. Cinémania, a minha favorita até agora, consegue rimar os nomes de grandes astros e estrelas do cinema. Facinho de entender para quem não é versado na língua de Goethe ou de Sartre.

Eu fui vê-los no Grande Hall do Santander Cultural, em abril de 2003. O show é incrível e divertidíssimo, eles até cantaram Amor a Três, em português mesmo. Françoise Cactus bebeu cerveja brasileira o tempo todo e Brezel Göring é bastante performático, arregala os olhos e diz bobagens em várias línguas. Eles são tudo de bom! Fazem um pop-punk-rockabilly-pseudo-Kraftwerk-propaganda-de-Kolynos. Virei fã.

Se você tem um bambi mande a sua foto para o Stereo Total aqui. Grand Bambi Hype!

14 de febrero de 2005

Like a Prayer



Nossa Senhora do Gel New Wave
rogai por nós já passados na idade
Agora e na hora de entrar na calça baggy!
Proteja nosso All Star vermelho de todo mal.
Amém!

Saint Pet Shop Boys It's not a sin!
Just Like a Prayer, Please, Take me There!
Actually, I'm not quite Like a Virgin
But tell me: What have I done to deserve this?
Just give one more chance to be taken seriously!
Amen!

Santo Armário da Purificação
Lembrai-vos que todos nós estivemos em ti!
Dai-nos o Renato Russo de cada dia
Mas deixe o Mauricio Mattar o Caetano!
Perdoai ao Cazuza as suas ofensas
Assim como nós perdoamos aquele último disco duplo.
E não nos deixeis ouvir o Lobão
nem Ultraje a Rigor
No Lauro Corona de nossa morte.
Amém!

Repasse essa oração para 500 amigos e o destino lhe sorrirá (ou aquele bonitão, ou aquela gostosa do Posto lhe sorrirá)! Caso corte a corrente aquela permanente que você fez em 1985 voltará com toda a força!!! Viva Jô Penteado!

12 de febrero de 2005

A POA EDUCAÇÃO


Acima: Dandara, pensativa; o cartaz que deu origem à série; e a única foto xexelenta da peça que eu achei na Internet, em três cores de Pantone para disfarçar o amadorismo

Hoje fui ver Bonecas à beira de um ataque de risos, que faz parte do festival Porto Verão Alegre, no Teatro Renascença. O grupo que apresenta a peça já é tradicional em Porto Alegre, e reúne "nomes importantes da noite" (leia-se: atores transformistas). A cada ano, eles apresentam uma peça nova, mas sempre com algo em comum. Para começar, o título tem sempre um gosto de vídeo-locadora amanhecida: a anterior se chamava Eu ainda sei o que vocês dublaram no verão passado. O grupo é centrado em dois atores: Laurita Leão (Lauro Ramalho) e Dandara Rangel.

Laurita, radicada em PoA há já alguns anos, é um sopro de vida carioca nesta pequena capital provinciana. Um de seus melhores números de todos os tempos, infelizmente não repetido neste espetáculo, é sua "impersonação" da mulher do prefeito dizendo que esta cidadezinha é demais enquanto é assaltada por pivetes na parada de ônibus. Já Dandara Rangel, famosa inicialmente por dublar Alcione, está de dar barrigadas com o repertório novo, principalmente no primeiro ato, em que as atrizes são Puro Teatro (a música toca ao fundo), falando um castelhano bárbaro, que daria orgulho a meu amigo Guido.

Sinopse (não, não é nome de guerra de ninguém): No dia do aniversário de Pepa (Lauro Ramalho) , Ivan, seu amante (voz do diretor), deixa-a para virar Lola (voz do diretor em falsete). Dele resta apenas uma mensarrem em lá contestadora automática. Logo chegam a amiga (Ricardo Leite), a esposa (Dandara Rangel) e a garota de programa (Renato del Campão). As quatro atrizes lembram de sua primeira vez nos palcos, chamam um go-go boy (Everton Barreto), dublam e destilam veneno.

Claro que duas horas de dublagem não são para qualquer um. O espetáculo tem momentos parados, como a parte da Família Addams, especialmente rasa, e a Dandara dublando Somewhere over the rainbow em português. Tem momentos, em contrapartida, de ousadia hilariante: Dandara dublando a filha do ministro, nua, com uma xaninha loira que mais parecia um mamão cabeludo. Tem personificações perfeitas: Rita Lee por Ricardo Leite e Ney Matogrosso por Renato del Campão. Dos quatro, Renato é sem dúvida o melhor ator, e sempre dá apartes ótimos.

Dandara está cada vez melhor! Quase morri mil mortes ao vê-la incorporar um Tim Maia rápido com uma fixação por dildos de madeira. Ela dubla Banho de Lua em um dia ensolarado na praia do Lami, com direito a óleo de bronzear de Q-Boa, sombrinha e coreografia. Desde Scarlett O'Hara, ninguém havia trajado uma cortina velha com tanta classe. A gloriosa atriz cômica ainda recebe, em outra cena, uma pomba gira machorra que só sobe se tiver mulher.

Laurita Leão é fã da Vanusa, aquela da franja loira, mãe da Aretha, e está maravilhosa, trágica e parecida com a Barbra Streisand jovem, dublando Sonhos de um Palhaço.

A troupe insana consegue ser mais interessante, mais teatral, e mais cultural (não que isso exija grande esforço) do que o pretenso teatro gaúcho. Aqui estão encenando Bailei na Curva há mais de vinte anos, Tangos e Tragédias, desde que eu nasci, e coisas do tipo Pois é, Vizinha, e outras auto-ajudas femininas, desde que a Martha Medeiros começou a escrever naquele pasquim. Iniciativas como a Antígona, da professora Katrin Rosenfeld, só ocorrem uma vez em cada geração ímpar.

O que destaca esta peça do joio amador e pretensioso, louvado nos jornais do almoço deste lugarzinho, é que eles não se levam a sério, coisa fundamental tanto na vida como na arte.

Vida longa, Dandara!

11 de febrero de 2005

Plastic Monster

Quase todo mundo já viu o filme Party Monster, mas deveriam ver também o documentário, bem mais explicativo, inclusive cronologicamente. O mais interessante é ver que Seth Green está perfeito na sua recriação de James St James: a voz e os trejeitos são idênticos.



James St James escreveu Disco Bloodbath (não é Murder on the Dancefloor, essa é da Sophie Ellis-Bextor!), que conta a mesma história que podemos ver no documentário e no filme. Claro que é um best seller. Dá para sentir um gostinho do livro aqui.

Neste outro site tem umas fotos do James St James e de outros clubkids.

James St James também escreve um blog com outras pessoas. Vale dar uma olhada: ele escreve muito bem e é engraçadíssimo. As suas contribuições são denominadas The St James Version.




Nesse blog em que o James St James escreve tem a propaganda da boneca da Rupaul. O que mais posso dizer?.... Já escolhi meu presente de dia das crianças!

10 de febrero de 2005

Mientras tanto... FANgoria Canta:



Hagamos algo superficial y vulgar

Hagamos algo superficial y vulgar
Algo tonto que hayamos hecho ya
LLevamos meses sin poderlo hacer
Va siendo hora de intentarlo otra vez
Dices que vas a sorprenderme
Yo te digo que no
No me importa lo que tú te inventes
Yo ya lo hice mejor...



Any Suggestions?

8 de febrero de 2005

Novos Leitores, Velhos Amigos ou...

Carnaval da Poeiraaaaa - Chocolate Ivete II

Meus dois novos leitores - Rafa e Taz - são velhos amigos. Essa foto foi tirada nos idos de 1997 (eu acho) em Floripa. Sim o fundo é de verdade, não foi feito no fotoshop, é apenas um exemplo do bom gosto da Ilha da Magia. Saudades dos nossos papos sérios, bobagens e gargalhadas. "Nunca Mais!"



Para o Rafa e outros fãs da colega Madonna vai a foto aí de baixo. Na Interview citada no post anterior tem o anúncio do Versace em duas páginas gigantes.

Para ver uma versão maior clique na imagem.
Essa e as outras fotos do post anterior eu posso mandar por email.



Falando no post anterior... Esse moço também gostou do editorial com os rapazes da Bel Ami. O Blog dele é temático e tem uns posts bem interessantes, até sobre a polêmica sobre a sexualidade do Bob Esponja e uma campanha chamada Stay Close. Confira.

Mudando de assunto... Para evitar o Carnaval Poeiraaaa, Chocolate Ivete, tem rolado esses bonbons:

Daft Punk - Human After All
Carlos Jean - Back To Earth
Richard X - Presents His X-Factory Vol 1
Thievery Corporation - The Cosmic Game
Capsule - Nexus 2060
Mylène Farmer - The Remixes 2003

7 de febrero de 2005

Zazueira!



Elis in London é uma obra prima. Gravado em Londres, é claro, com uma big band, em 1969. Esse é o melhor fruto da fase negra de Elis, bem acompanhado de Em Pleno Verão, 1970 e Ela, 1971. Nesse disco tem Se Você Pensa, do Rei Roberto, Watch What Happens, Wave, How Insensitive, Você e Barquinho, entre outras pérolas. Sem dúvida essas são as melhores versões dessas músicas. Depois fica tudo igual ao pai da vesga Maria Rita, aquela lamentação!

Só ouvindo uma coisa muito boa para afastar os maus fluidos que rondam a cozinha. O que ontem era um principio de entupimento, hoje foi uma Tsunami. A água da roupa lavada da vizinha de cima chegou até o meio da sala. Bravamente o Sebastião me avisou da onda gigante de água com sabão em pó e restos de Diabo Verde de ontem. Entretanto depois ele só foi medo. Imagina se tivéssemos ido para Capão de Tramandai curtir a folia?

Santa Elis do IAPI que nos proteja a todos! Sempre é bom rezar:

"O vento que venta aqui É o mesmo que venta lá
E volta pro mandingueiro A mandinga de quem mandigá"

Vou deitar e rolar (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), faixa 1 do Elis Em Pleno Verão.

Chocolate Ivete - A cor do carnaval



Hoje foi um dia daqueles. Eu tive que refazer toda a bibliografia da minha tese, em uma das mudanças de computador, casa ou cidade o arquivo se perdeu. Horas chatíssimas de computador. Depois teve limpeza geral da casa. Na limpeza caíram alguns azulejos da cozinha. Eu estraguei a cordinha do ventilador de teto. Ainda, a água do tanque de todos os apartamentos do prédio deságua na nossa área de serviço e em dias como esse (carnaval, domingo, POA vazia, pouca grana,...) resolve entupir.

Só para completar... alguns arquivos de música resolveram sumir. Mais de 4 horas de Blosson Dearie simplesmente desapareceram e o Carlos Jean estava muito pesado e saiu correndo por aí. Se alguém cruzar com eles em algum bloco, por favor, avise.

Resultado: uma garrafa de vinho e uma pizza de chocolate com morango.

Adeus regime, olá Almeida Prado 46.

Como sempre me diz minha amiga Scarlet: Amanhã é um novo dia.

Amanhã é só salada!

5 de febrero de 2005

We Changed (El Gato Loco de Billie Remezcla)



Sempre que passo na Lopo Gonçalves, entre a Lima e Silva e a José do Patrocínio, digo que eu gosto dessa parede pichada com um gato branco e uma televisão com um ponto de interrogação. Bom, decidi que esse deveria ser o tema novo deste blog. A foto de cima sou eu na frente do muro e a debaixo é uma versão alternativa do header não utilizada. We Changed, pero no mucho.


4 de febrero de 2005

Black Balls Powerpoint



Recebi este link muito engraçado do meu amigo calexiCO. Mesmo para os que não tem a terapia que é ter um felino em casa vale checar. As tirinhas são ótimas.

O Sebastião, além de lavar o corpo, adora lamber as bolas pretas dele bem no meio da sala. Na verdade, dá uma certa inveja, pois eu bem sei que muitos queriam fazer o mesmo. Yóga e Yôga Fortíssimas!!! (Queria saber o motivo da importância desse acento em Yôôôga)...




Agora, esse ai é preto e branco, mas não é o Sebastião. Essa foto comentada foi retirada de um powerpoint de gatinhos e cachorrinhos que recebi ontem. Eu trocaria os dizeres por: Amigo de verdade não te manda bobagem. Como se diz por aí: Ninguém merece!

2 de febrero de 2005

Conoce a Cleopatra y cambia tu vida



Hoje fui ver Cleopatra, 2003. Um filme argentino, sensível e divertido; um road movie meio Thelma e Louise. Com Natalia Oreiro, Norma Aleandro e Leonardo Sbaraglia. O diretor é Eduardo Mignogna, que dirigiu também Sol de Otoño (também com Norma Aleandro) e La Fuga (deste, eu pude ver um dia de gravação, na rua em que morava, em Buenos Aires).



Pena que no Brasil não sejamos ainda capazes de fazer filmes comoventes, com alguma mensagem, mesmo que seja só a necessidade de reavaliar a vida, como no caso da Sandra-Milagros (Natalia Oreiro) e de Cleópatra (Norma Aleandro), e sair estrada a fora. Mesmo que Nat esteja bem (eu a vi atuando na telenovela Cabecita), quem rouba a cena é Norma Aleandro, que faz uma Cléo meio amalucada, desligada e ao mesmo tempo com grande profundidade emocional. Norma Aleandro é a grande dama do cinema argentino. Mas também pode-se dizer que a Natalia Oreiro é infinitamente melhor e mais verdadeira que Debora Secco.



O Bonitão aí é o cowboy argentino que elas encontram na estrada, e é claro que a Sandra se apaixona por ele, e ele, por ela. Básico. Ele já fez o Nene de Plata Quemada (se não viu ainda, vá ver! E, se ainda não viu nenhum filme argentino, veja O Filho da Noiva).

Visite o site espanhol aqui.

1 de febrero de 2005

Saudades do futuro, eu juro



Hoy me acordé con la lluvia fuerte que mojaba Porto Alegre. Tiré la ropa lavada que estaba afuera para que no se mojara aún más. Pensé que el primer día del mes de febrero era un buen día para terminar mi tesis doctoral. Entonces, me senté en la computadora. Me di cuenta que me gusta trabajar por las mañanas. La única compañía es Sebastião, el gato.

Siempre tuve problemas con terminar las cosas. Siento algo extraño cuando sé que tal cosa no va más a estar en mi vida. Así fue con los cursos que empecé y no terminé (dactilografía, dibujo, guitarra...) con los amigos que no veo más, con los lugares que no volví a estar. Y ahora con mi tesis la sensación es casi la misma. Sé que aún tengo mucho trabajo, pues falta la revisión final de mi madrina de tesis, la defensa, la revalidación del título en Brasil. Un montón de cosas que hacer.

Al mismo tiempo que siento cierta nostalgia por no leer y escribir más sobre Santo Tomás y Emmanuel Kant siento también un poco de miedo de la cosa lista. ¿Será que está bueno el suficiente? Siempre me dejé llevar por lo que las otras personas piensan de mi y de mi trabajo. Mismo que en muchas veces pienso para mí: a quien le importa lo que yo haga. Ahora, cuando trata de entregar una cosa hecha y acabada al mundo la opinión ajena es aún más devastadora. Pienso que es más fácil cuando no lo hacemos y simplemente desistimos de la cosa misma. Sino que de esta vez llegué hasta el casi fin. Aún falta mucho, lo sé.