10 de marzo de 2006

ViAyPi (Very Incomodative People)

Ontem, foi a reinauguração do Circuito Bar, já falei dele antes, festa liberada para convidados com pulserinha verde (o próprio convite). Lá fui eu e meu fiel escudeiro e xará enfrentar um boca-livre moderado (champanha, frozen alguma coisa, espetinhos de carnes e canapés).

Depois de muita música eletrônica, um set de um deejay que parecia uma versão da barbie punk, entraram duas moças (uma só dançava ao lado) e incendiaram a pista.

Sorry, seguido de Like a prayer (extended mix), Behind the wheel, A little respect, Tainted love, Close to me (extended mix), Enjoy the silence, Vogue, The boy with the thorn in his side, Private Idaho, entre outras.

Completamente encharcado de tanto dançar, fui ao banheiro tentar me secar um pouco. Um cara puxou conversa dizendo que eu estava todo molhado. Digo, sim, pois é, eu estava dançando. Continuando o diálogo resumido:

C – Eu não danço, eu cheigo (Língua plesa com sotaque nordestino)
Eu – Eu não cheiro, não. (Quem sabe depois de dançar tanto possa estar fedendo, mesmo) Dá onde que tu és?
C – Sou gaúcho, porgtualeggense!
Eu – Ah, Com esse sotaque, pensei que não eras daqui.
C – Sou gaúcho de cogação.
Eu – ah, tá, que bom.
C – Qelg cheigar?
Eu – Não, não, valeu... (Ninguém merece)
C – Você só dança?
Eu – Só... (Saindo de fininho, ainda molhado)

Passadas outras músicas, lá vem o cara novamente.

C – Eu conheço você. (disse a lagarta para Alice - Who are you?)
Eu – Da onde? (Eu pensei - do banheiro)
C – Você acha que eu estou bêbado, não estou, essa cehveja é só para alegrar (devia ser a décima nona). Ainda não cheguei. Você não quis igh comigo!
Eu – OK
C – Eu conheço você. Você comanda a cultuga em Polto Alegge.
Eu – Eu?
C – Eu já vi você na televisão.
Eu – Eu? Tem certeza?
C – Quando você estivegh no ploghama da Tânia Cahgvalho (programa de entrevistas e variedades com uma dinossaura da tv gaúcha), diz que me ama?
Eu – Claro, pode deixar.

Agora, meu caro, eu sou muito importante, cago as regras da cultura local. Quer fazer uma exposição mostrando a sua arte visceral? Fala comigo, que eu arranjo.

Não contente com o eu te amo em cadeia regional... músicas mais tarde...

C- Você me quelgh?
Eu – Que? (Não entendi, mesmo)
C - Você me quelgghhh?
Eu – Claro, já não disse que vou dizer que te amo no programa da Tânia Carvalho? Então?
C - Você me quelgh? Where do you go? (só faltou o My Love)
Eu – Ah, tu faz a que fala línguas! I’m going home (citando Pet Shop Boys, claro)
C - Você me quelgh? Você só vai emboga polghque tem mais dinhegho que eu. (?) Ele é teu namogado?
Olhei para o meu amigo, que não estava entendendo nada, com cara de help me.
Eu – É sim, a gente já está indo. Tchau!
C – Você quelgh ihgpla casa, eu mogo...

Sobe a música, Baby, don´t hurt me, don’t hurt me no more. What is love?

3 comentarios:

Anónimo dijo...

Socorro! O que foi isso? rs. Porto Alegre tb pode ser trash. Não sabia. Mesmo! rs.

Alex dijo...

"pode" ser trash é ótimo...

Em todos os lugares que eu fui em POA, a gente fica se mijando na fila até o povo cansar de "cheigar" no banheiro.

Mas que delícia o som, heim? Eu nunca dancei Behind the Wheel, nem mesmo atrás da roda do carro.

Ai guri... aqui toca muuuito Dead or Alive, muuuuuuita Kylie do período pré-chapinha, e demasiado Scissors Sisters (que eu amo), mas qualquer cidadão cansa.

Saudads.

Anónimo dijo...

nossa...! teu período de abordagens toscas anda panque!(rs..)
caso desses ao enxergar já chuta que se não é macumba tá quase lá megmo(rs..)