15 de mayo de 2006

A Casa das Bundas Perigosas

Fui ao Teatro São Pedro com a família e algumas amigas da minha mãe, que vieram de Rio Grande para passar o fim de semana e ver a Fernanda Torres na sua A Casa dos Budas Ditosos.

O texto meche com coisas que ficam escondidas lá nas partes mais escuras do nosso íntimo, tudo com muito humor e certa erudição. A história todo mundo já sabe, leu o livro, viu a peça, viu a entrevista, leu a resenha... Então, nem vou falar sobre a peça, nem o texto.

Eu queria saber como a peça afetou a cabeça das pessoas que estavam lá. Talvez não tenha mudado nada em ninguém, talvez essas coisas não existam mesmo, quer dizer, uma coisa ou um acontecimento externo mudar alguma coisa na cabeça de alguém.

Revoltas e atentados por São Paulo e eu preocupado se as pessoas estão trepando de cabeça aberta.

Ao menos as amigas da minha mãe, todas com mais de cinqüenta, sem namorados e afetadas pela falta de macho no mercado, devem ter repensado algumas questões. Não tenho como saber ao certo. Uma delas nem apareceu no teatro estava fazendo compras com a filha (?).

Outra, segundo o meu cunhado tem 60, mas pensa como uma guria de 15 se acha bem moderninha e tal. Um dia me confessou que havia sido uma princesa presa por seu grande amor em um castelo medieval e que nesta encarnação eles já haviam se reencontrado e que ela não ficaria presa novamente pelos ciúmes doentios de sua alma gêmea. Muito medo. Mais medo ainda é a quantidade de reforma que tem na mulher – o genro é cirurgião plástico.

Mais uma, que nem é muito amiga assim, mas servia para rachar a gasolina, tem o cérebro afetado pelos anos de magistério municipal e de serviços prestados na Secretaria Municipal de Educação. No fim da peça, a tal se vira pra mim e lasca: - Eu só não entendi uma coisa, como é o nome da peça? e eu: A Ca-sa dos Bu-das Di-to-sos! Ela: – Como assim? Hã?! ...

A última a ser comentada, era a melhor amiga da minha mãe até que uma malvada dissimulada fez intriga e elas foram bobas o suficiente para estragarem uma amizade. Voltaram as boas, nas nada é como foi antes. Claro que essa também tem seus problemas e as suas misérias, mas é uma boa pessoa. Muito só, tanto que dá para ver no olhar. A minha mãe sempre diz que ela tem um a nuvem preta na cabeça, talvez seja falta de algum comprimidinho daqueles que os psiquiatras receitam. Depois de jantar, tivemos uma conversa muito agradável, enquanto os outros levavam as outras nas suas respectivas pousadas.

Então, pergunto novamente, será que João Ubaldo Ribeiro e Fernanda Torres operaram alguma mudança nessas cabecinhas afetadas?

4 comentarios:

John dijo...

Muita tarja preta nessa hora...

Anónimo dijo...

Nossa, qta experiência junta no mesmo carro! rs. Melhor que a peça da Torres, que eu tentei ver umas cinco vezes e nunca consegui ingresso. Desisti. Se vier a Goiânia novamente, darei de ombros. rs. Beijos.

Anónimo dijo...

hahahahah
claaaro, que o melhor sempre são as suas mordacíssimas letras meúdas!! hahaha
adoro o que tu escreves.. =P
não vi a peça, só li o livro...

John dijo...

Não vi a peça, eu ia ler o livro que estava na casa do meu ex-namorado, então eu achei que não tinha pressa de ler porque a gente tava namorando, e eu ficava sempre por lá, e eu ia ter tempo, por que a gente ia ficar junto pra.... buááááááá!!!