10 de enero de 2009

Money Changes Everything

Here we go again... Léia, leia com calma e atenção... Take your time.

Como se não bastasse eu ter me metido com "a poderosa é você" das bloguices, o maridão foi se meter também. Explico.

Ticcia do Mme. Mean posta (posta com "p" não com "b"): "No primeiro capítulo da minisséria Maysa, pouco antes da cantora morrer num acidente de carro, ela conversa com seus pais e lhes diz que «não é computador, não gosta de ser programada». Só que a ação se passa em 1977, quando se computadores há, com certeza não há a familiaridade de se referir a eles nestes termos, usar «programa» como uma figura de linguagem corrente. Manoel Carlos é o roteirista e, como se pode ver, cometeu uma enorme gafe." Veja o original aqui.

O marido comentou, desde Pelotas - RS, o seguinte:"'2001: Uma Odisséia no Espaço', de Stanley Kubrick, é de 1968; "Os Jetsons" foram exibidos na TV Excelsior no Brasil pela primeira vez em 1962; o primeiro programa de computador foi escrito pela maravilhosa Ada Lovelace em 1842 ou 1843; a primeira referência a um autômato está na "Política", de Aristóteles, do século IV antes de Cristo.

Considerando a hipótese de que o Rio de Janeiro dos anos 1970 estivesse isolado do resto do mundo, a peça "Computa, Computador, Computa", de Millôr Fernandes, foi um dos espetáculos mais aplaudidos do ano de 1972, confirmando Fernanda Montenegro como uma das grandes damas do teatro nacional."

Ao que a Dona Patrícia, sempre muito sábia, retrucou: "Andrei, sei de tudo isso, obviamente que eu não teria escrito uma coisa dessas sem, pelo menos, dar uma googleada. Mas o fato é que tudo na minissérie até então (era o primeiro capítulo) desconecta totalmente Maysa de qualquer coisa que lembre tecnologia. Tanto é assim, que não foi só eu que tomei o susto. Acho que Manoel Carlos fez uma escolha muito infeliz quando colocou na boca de Maysa uma frase dessas, que soou inverossímil, ainda que pudesse até ter sido verdadeira. Não consigo engolir a referência daquela forma tão banal como foi feita, como se na peça ao lado estivesse um PC, como se a vida da família (inclusive dos pais dela, com os quais ela falava) programar um computador fosse algo que tivesse se tornado tão banal a ponto de se tornar figura corrente de linguagem, desnecessária qualquer outra referência, exatamente como se faz em 2008. Às vezes a realidade por si só não funciona bem, e acho que é o caso. Mas o post, como tudo aqui, reflete só e tão somente a minha opinião pessoal."

Andrei, incansável, incansinado* e insone, disse: "Pois é, mas eu não estava falando da realidade: estava falando da televisão.

Não acredito que eu estou defendendo o Manoel Carlos, que eu acho um brega abominável, mas A HUMANIDADE TINHA (ao que tudo indica) IDO À LUA há oito anos quando a pseudoMaysa do seriado falou em computadores, e a mesma humanidade essa tinha destruído Hiroshima há 32. Pense nas crianças, mudas telepáticas.

Turing, que inventou os kilobits e gigabytes que a gente compra hoje nas Lojas Colombo, tinha morrido de uma dose suicida de hormônios femininos há 23 homofóbicos anos quando Maysa se jogou da ponte.

Mas não vou ficar nas referências culturais obscuras (metade das quais, por sinal, não googlei, porque esta parte da história do mundo eu fui obrigado a estudar na faculdade -- a "Política" de Aristóteles caía numa prova do primeiro semestre do Direito da UFPel -- e a parte da Ada Lovelace eu sei porque ela é Diva).

Vamos ficar somente na parte Jetsons -- que o Jaime Monjardim assistiu quando era pequeno e que os amigos do Manoel Carlos na Herbert Richers traduziram e dublaram -- e nas referências pop da época.

As pessoas jovens adoram usar palavras difíceis para contradizer os pais, especialmente palavras modernas que eles imaginam que os pais não compreendem. Viu, até uma motivação psicológica há para o uso das palavras "computador" e "programa". É como se a Maria Rita dissesse para a Elis que ela achava ser um bebê de proveta.

E tecnologia sempre existiu, e a fascinação dos anos 1970 pelo moderno era MAIOR, e não menos atenuada, do que a nossa. Vide todos os grandes filmes e livros de ficção científica que surgiram na época.

Além do que, acho desonesto tu insinuares que eu inventei de te contradizer e daí fui para a Internet achar argumentos. Eu vou para a Internet achar argumentos seguido, é verdade -- mas em geral é contra as teorias que eu tenho, não as dos outros. Tenho uma tendência a nunca publicar uma coisa para a humanidade em geral, como diz a Ophélia do Sai de Baixo da Zorra Total, a menos que eu tenha certeza. Como aliás, todos deveriam fazer -- e uma coisa é ter opiniões sobre coisas relativas, ou que dependam de julgamento de valor -- essas sim, debatíveis -- outra coisa é dizer que alguém errou sobre fatos, e depois se refugiar no terreno da subjetividade."

Acabei de chegar de uma festinha com amigos, encontro essa página enviada pelo Andrei e a solicitação de ler o blog da Ticia e publicar a figura.

Explico 2. Na biografia de Maysa (vide citação abaixo) a própria afirma: "Acho que não sei ser programada como computador". Para ver melhor clique na figura para entender o contexto em que foi dito, bem parecido com o da série, em que a mãe de Maysa pede que a filha grave um novo disco e que se submeta aos desejos da indústria para ganhar um money.

NETO, Lira. "Maysa: Só numa multidão de amores". São Paulo: Globo, 2007. p. 329.

O Andrei ainda pediu para dizer "I rest my case" e que "às vezes vale a pena ter sido treinado para ser um pesquisador mais ou menos honesto".

E eu? Eu quero fazer um remix de Meu Cu Caiu no meu MécIntóchy e jogar no Mai-Ispeici. Buenas Noches Queridos Conejos!

* Incansinado é uma palavra pelotense que talvez queira dizer que a pessoa não sossega enquanto não fizer uma coisa.

7 comentarios:

BHY dijo...

A figura escreveu uma ode à brodaiagem entre os machos do sexo masculino, fio. Como se não bastasse, sugeriu que Maysa, por ser rica, não teria motivos para ser deprimida. Quer dizer, você quer o quê? Coerência? Para de ler aquilo. Você tem outras IDIOSSINCRASIAS para se interessar. Beijo com rímel. ;-)

Rody dijo...

Me manda o remix de 'Meu Cu Caiu no meu MécIntóchy' que eu tb tô precisando! hahahaha!

Anónimo dijo...

pelo visto, a vida de Andrei e Marcelo não deve ter nada muito interessante a não ser implicar com blogues e opiniões dos outros...

Anónimo dijo...

Ah, uma respostinha assim mixuruca? Ah, não. Eu quero mais!!!!

Marcelo dijo...

Ah, agora consegui e estou realizado... o Anonimo escreveu um commentinho no meu brogue. Já posso dormir em paz.
Querido anónimo, se a gente fosse implicar com toda a besteira que gente como você e essa guria dizem, realmente, não teríamos mais tempo para nada. Mas que é divertido, ah lá isso é.
Buenas Noches,Querido Conejo Anónimo.

Raí dijo...

Também quero o remix. Acho que sou o único que ainda não viu um episódio sequer de Maysa. Mas imagino quem possa ser o dono de um comentário anônimo tão tolo...

Bjs,

Laura dijo...

Ai, MArcelo... não é a primeira vez que isso aconteceu e não será a última. Achei ótima cada palavra de vcs... porém, certos blogues de pessoas tão carentes só aceitam que se concorde e preste reverências a qualquer troço que escrevam. Coitado de quem discorda. Ah, em tempo, esse não é o único. Tem outros da mesma panela que funcionam assim. Ah, e a falta de argumento é tanta ( inclua aí uma boa dose de coisa de criancinha mimada que só empresta a bola se deixar ela fazer o gol) que vc corre o sério risco de te processarem. Por essas e outras, eu entro nesses blogues uma vez por mês mais ou menos, geralmente quando eu preciso dar risada pq, de tempos em tempos, aparece alguém imune a essa coisa de "siga o mestre" e diz alguma coisa útil e coerente, e aí o auê começa de novo e vc há de convir comigo que é engraçado pacas hahahahah
Tem um outro blogue do grupinho em que os comentários são moderados, e qualquer coisa que vc escrever, ainda que não ofensivo, mas que discorde de quem escreve, não é publicado... experiência própria... até escrevi um post sobre isso ha um tempo. e eles são tão bobinhos que pra vir aqui discordar no seu blogue têm que vir anônimos...
beijão procês...