9 de octubre de 2005

Me, myself and I

Oh the reflex
what a game
he's hiding all the cards
The reflex is in charge of
finding treasure
in the dark
And watching over
lucky clover
isn't that bizarre
Evey little thing
the reflex does
Leaves you answered
with a question mark


Cada vez mais eu me convenço que as pessoas não enxergam muito longe dos seus próprios umbigos. Aquela velha história de detectar nossos defeitos nos outros e mostrar para todos quanto o outro está errado é muito comum.

Quando a gente ouve coisas do tipo:
ele é muito egoísta só fala nele o tempo todo e inventa cada coisa, é tudo mentira, eu sei bem, conheço a figura.

O entendimento deve ser mais ou menos esse:
eu sou um baita egoísta e odeio ouvir gente que se acha mais que eu, aliás, o meu assunto preferido sou eu mesmo, as minhas experiências, eu posso até mentir na frente dos outros, mas peço para alguém confirmar a minha história e por educação ou vergonha ninguém me desmente. Sou capaz de falar por horas sobre um passado meio inventado e entreter todos, quer dizer, eu mesmo.

As letras do Duran Duran são quase entendíveis de alguma forma, com muito esforço. Eu sempre achei que The Reflex falava justamente sobre isso – constatar na alteridade o reflexo da nossa própria natureza. Então se eu estou escrevendo sobre isso talvez eu esteja vendo apenas o meu reflexo no espelho. Espero, sinceramente, que o espelho seja como o da Alice, onde tudo é ao contrário.

Ainda bem que eu já passei da minha fase sagitariano que diz o que pensa, agora já estou mais polido e posso conviver em sociedade de forma mais agradável. No entanto, quem sabe eu tente trabalhar numa daquelas colunas de revistas que dão conselhos e analisam a vida dos leitores?

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